Edição 11
A fadiga é um aspeto que tende a ser menosprezado, uma vez que a sua conceptualização é de grande complexidade e de uma enorme subjetividade. Cabe ao próprio condutor tirar as devidas ilações do seu estado de cansaço e aferir se, efetivamente se encontra ou não em condições de iniciar ou prosseguir uma viagem. Por enquanto, ainda não existem equipamentos de fiscalização em utilização pelas forças de segurança capazes de diagnosticar o estado de fadiga de um condutor. O presente artigo centra-se, essencialmente, numa visão ampla do estado de sinistralidade rodoviária mundial e nacional, alertando para os vários perigos inerentes à condução, definindo e conceptualizando o conceito relativo a fadiga e elencando uma série de medidas preventivas a tomar por forma a não se incorrer no risco de condução sob efeito da fadiga.
Para que se concretize a efetividade da liderança em segurança e saúde é necessário, entre outros, que haja inteligência emocional no seu desempenho, tenha perfeito conhecimento dos riscos e da sua magnitude, participe na implementação de ações que comprometem todos os envolvidos, comunique de forma positiva e eficaz. Os líderes serão os elementos influenciadores da organização que, em função da visão e missão traçadas, permitirão que os seus seguidores vivenciem os valores da liderança, se inspirem e se motivem na realização das suas tarefas, através de práticas seguras, melhorando assim a cultura de segurança da empresa.
Coaching de segurança é uma metodologia que auxilia os líderes a obterem competências necessárias para atuarem como elemento de transformação da cultura. A metodologia aqui apresentada segue o modelo clássico de melhoria contínua PDCA (Plan, Do, Check, Act). Um dos factores críticos de sucesso é liderança pelo exemplo e o compromisso visível. Os líderes irão contribuir para a mudança do clima, desenvolvendo a percepção de riscos, adoção efetiva das medidas de controle e principalmente despertando em todas as pessoas a interdependência onde todos possam cuidar de si, cuidar dos outros e permitirem ser cuidados, chegando desta maneira a uma mudança de cultura.
(1) Artigo redigido em português do Brasil
É complicado compreender as recompensas de se trabalhar com segurança e com confiabilidade (Behavior-Based Reliability), já que estamos a trabalhar para não ocorrer nada, não ocorrer lesões, não ocorrer acidentes. Qualquer organização que pretenda evoluir no seu desempenho e construir a sua sustentabilidade, deve esforçar-se para reduzir os acidentes, especialmente através do potencial da falha humana. Deve ser desenvolvido um programa específico para tratar as violações, associado ao organismo vivo cognitivo, emotivo e relacional, característico daquele contexto. Há várias soluções aplicadas aos vários tipos de violações: rotineiras, optimizadoras, situacionais e excepcionais.
Lean Behavior-Based Safety é uma abordagem aprimorada de melhoria do sistema de segurança do trabalho, baseada em comportamentos, utilizando a redução do desperdício, reduzindo ou eliminando custos e tempo. Esta abordagem decorre da experiência prática de quase uma década da PROATIVO, Instituto Português, em implementação de programas BBS e pode estar focada no processo puro de gestão (ex: integração sistémica, tipo de lista de verificação, incorporação da linha de alarme de segurança-comportamental, condução de diálogos preventivos de segurança, gestão consequências PIC/NIC e formação & coaching), assim como, na gestão do contexto cultural (ex: thinking people system, líderes lean, gestão de hábitos e trabalhadores como motor).
A mesma política, o mesmo sistema de gestão de segurança, os mesmos recursos, as mesmas atividades, as mesmas iniciativas, os mesmos perigos e riscos e as mesmas intervenções, geraram resultados significativamente diferentes neste caso do setor elétrico. Acredita-se que o conhecimento por parte das organizações das necessidades e características pessoais dos seus colaboradores é determinante para uma melhor compreensão dos seus comportamentos e assim se poder utilizar a comunicação e o envolvimento como um meio poderoso ao nível da própria mudança na apropriação do valor segurança.
O que aqui se pretendeu demonstrar, neste artigo, é que, apesar de todo o esforço que uma organização faça através do seu sistema de gestão da segurança, se o “comportamento” de toda a organização não estiver devidamente alinhado e não for visível e coerente com a política declarada, os resultados certamente não serão os esperados.
Um dos fatores passível de contribuir para o aumento do número de acidentes é a diferença existente entre trabalho prescrito e o trabalho real. Há uma variedade de situações vividas pelos trabalhadores que não estão previstas nas normas e regras de segurança das empresas. No decorrer das suas atividades laborais alguns trabalhadores preferem efetuar “desvios” ao trabalho prescrito, quando sabem antecipadamente que esses “erros” não se traduzem em cenários ou consequências perigosas para a organização ou para si próprios. Na investigação e análise de acidentes, regra geral, não são consideradas as raízes das causas, nem os diversos fatores que possibilitaram gerar o alinhamento simultâneo ou sequencial de condições que permitiram chegar até ao acidente.
Para cada ação realizada pela primeira vez, o cérebro constrói um “caminho neuronal”. Perante a repetição dessa ação, o cérebro vai entender que aquela ação é necessária, sendo desta forma reforçado o caminho neuronal, através da passagem de impulsos elétricos/químicos recorrentes e constantes, tornando-se um automatismo, passando a informação do neocórtex para o cérebro dos mamíferos inferiores ou réptiliano, responsáveis pelos automatismos e hábitos. Existe um circuito neuronal que causa ansiedade quando respiramos de uma determinada forma e tranquilidade quando respiramos de outra. É neste ponto que entra a reeducação respiratória. Um indivíduo reeducado é um indivíduo com mais vitalidade e capacidade de resposta aos desafios e pressões externas, como por exemplo perante um contexto causador de stresse.