O objetivo do presente estudo foi avaliar o nível de desempenho do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho (SST) de uma indústria de espumas com a aplicação do SafetyCard – Performance Scorecard for Occupational Safety and Health Management Systems. A ferramenta foi utilizada no seu formato original, que inclui indicadores relativos ao clima organizacional de segurança, potenciados pela aplicação do inquérito às/aos trabalhadoras/es sobre clima e cultura de segurança, que avalia as perceções e atitudes individuais de SST dos trabalhadores. Os resultados obtidos nesta indústria revelam que o sistema e gestão de SST da empresa apresenta um desempenho “muito bom” em matéria de SST e os três domínios analíticos que revelam resultados menos positivos são a segurança de equipamentos de trabalho, o desenho organizacional e a cultura organizacional. Para potenciar a melhoria desses indicadores foram propostas ações de melhoria.
As organizações são sistemas dinâmicos e incorporam diferentes graus de imprevisibilidade. Hoje sabemos que é na organização do trabalho (e não tanto na individualização dos erros e das falhas) que está centrado o grande foco dos acidentes. As pressões produtivas e/ou organizacionais estão entre as principais causas dos acidentes. O acidente representa falhas na atividade da empresa, ilustra as múltiplas fragilidades, vulnerabilidades e o fracasso do sistema de gestão da segurança aplicado na organização, representa muito mais do que o simples erro do trabalhador operacional. A prevenção de acidentes será muito mais eficaz se assentar, essencialmente, em fatores não-humanos.
Âmbito da propriedade intelectual da marca “Segurança Comportamental”, aplicados a bens e serviços, devido à necessidade de maior rigor técnico-científico no mercado. O seu titular pode obstar a que terceiros, sem a sua autorização expressa produzem ou comercializem tais bens ou serviços, e, em certos casos, assegurando que tal conduta pode ser punível em termos criminais. “Segurança Comportamental” encontra-se aberta a contribuir cooperativamente no mercado.
É complicado compreender as recompensas de se trabalhar com segurança e com confiabilidade (Behavior-Based Reliability), já que estamos a trabalhar para não ocorrer nada, não ocorrer lesões, não ocorrer acidentes. Qualquer organização que pretenda evoluir no seu desempenho e construir a sua sustentabilidade, deve esforçar-se para reduzir os acidentes, especialmente através do potencial da falha humana. Deve ser desenvolvido um programa específico para tratar as violações, associado ao organismo vivo cognitivo, emotivo e relacional, característico daquele contexto. Há várias soluções aplicadas aos vários tipos de violações: rotineiras, optimizadoras, situacionais e excepcionais.
Coaching de segurança é uma metodologia que auxilia os líderes a obterem competências necessárias para atuarem como elemento de transformação da cultura. A metodologia aqui apresentada segue o modelo clássico de melhoria contínua PDCA (Plan, Do, Check, Act). Um dos factores críticos de sucesso é liderança pelo exemplo e o compromisso visível. Os líderes irão contribuir para a mudança do clima, desenvolvendo a percepção de riscos, adoção efetiva das medidas de controle e principalmente despertando em todas as pessoas a interdependência onde todos possam cuidar de si, cuidar dos outros e permitirem ser cuidados, chegando desta maneira a uma mudança de cultura.
(1) Artigo redigido em português do Brasil
A formação e sensibilização em segurança, higiene e saúde ocupacional, assim como o investimento em qualificação dos recursos humanos são forçosamente factores estratégicos no sistema de prevenção.
Muitas empresas continuam a investir fortunas e não conseguem obter sucesso na redução de acidentes e incidentes. Esta diferença está relacionada principalmente com a falta de coaching adequado antes, durante e após a implantação de um programa comportamental de segurança.
SUMÁRIO 3
TRABALHO
CONSTRUÇÃO | 4
Gerir comportamentos para melhorar a segurança
Abel Pinto e Ana Cristina Martins
INDÚSTRIA | 8
Como reduzir a sinistralidade no trabalho numa agro-indústria? O exemplo de um caso real
César Augusto
SAÚDE | 12
Stress, Burnout e desordens emocionais em profissionais de saúde de oncologia
João Paulo Pereira, Joana Rodrigues, Maria João Cunha e Santiago Gascon
OUTROS SECTORES | 16
Ser bombeiro: implicações para a sua saúde
Dália Marcelino
GRANDE ENTREVISTA (Acesso gratuito)
Grande Entrevista com JOSÉ LUIS FORTE | 21
Inspector-Geral da Autoridade para as Condições de Trabalho
SOCIEDADE
FAMÍLIA | 19
A internet e a criança!
Paulo Zenida
ESCOLA | 26
Os ambientes virtuais de aprendizagem colaborativa na promoção da prevenção e segurança em contexto educativo
Orlando Queirós
SAÚDE | 28
A gripe sazonal: breve revisão sobre as causas, formas de transmissão, métodos para evitar o contágio e peso social da doença
Luís Mendonça Galaio e Ema Sacadura Leite
AMBIENTE | 30
Produção, segurança e ambiente
Paulo Granjo
ESTRADA | 32
O novo plano europeu de segurança rodoviária
Luís Miguel Pereira Farinha
CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS
PREVENÇÃO DE RISCOS PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO: COMPORTAMENTO E COMPETÊNCIAS DOS GESTORES | 34
João Aguiar Coelho
STRESS E IMUNIDADE: UMA VISÃO HOLÍSTICA PARA O INDIVÍDUO | 37
Ema Sacadura Leite, António de Sousa Uva e Luís Mendonça Galaio
A IMPORTÂNCIA DO GRUPO PARA O BEM-ESTAR NO TRABALHO: UM ESTUDO COM POLÍCIAS | 40
Sónia P. Gonçalves
INFLUÊNCIAS DAS CRENÇAS E ATITUDES RODOVIÁRIAS ENQUANTO DETERMINANTES DA SINISTRALIDADE | 42
António Surrador, Soraia Jamal, Petra Marques, Maria José Fonseca e Daniela Freixo
BREVES | 45